O Carimbó é uma sonoridade de
procedência indígena, aos poucos mesclada à cultura africana, com a assimilação
das percussões dos negros; e a elementos de Portugal, como o estalar dos dedos
e as palmas, que intervêm em alguns momentos da coreografia. Originalmente, em
tupi, esta expressão significa tambor, ou seja, curimbó, como inicialmente era
conhecido este ritmo. Gradualmente o termo foi evoluindo para carimbó.
Esta dança teve sua origem no território de Belém,
mais precisamente na área do Salgado, composta por Marapanim, Curuçá e
Algodoal; e também se disseminou pela Ilha de Marajó, onde era cultivada pelos pescadores. Acredita-se que o Carimbó navegou
pela baía de Guajará, pelas mãos dos marajoaras, desembarcando nas areias do
Pará, justamente nas praias do Salgado. Não se sabe exatamente em que ponto
desta região ele tomou forma e se consolidou, embora Marapanim clame pela
paternidade desta coreografia, editando anualmente o famoso Festival de Carimbó
de Marapanim.
De qualquer forma, esta cadência evoluiu para um
formato mais moderno, inspirando decisivamente o nascimento da lambada e do
zouk. Tradicionalmente este estilo musical era executado em tambores. Os
tocadores golpeavam este instrumento, manufaturado com troncos de árvores,
utilizando as mãos no lugar de pequenas varas. Eles eram secundados por
reco-reco, viola, ganzá, banjo, maracás e flauta. Juntos, eles conferiam ao
carimbó uma musicalidade original e voluptuosa.
Nas décadas de 60 e 70 guitarras elétricas foram
acrescentadas aos tradicionais instrumentos, e a dança passou a receber forte
inspiração de ritmos como o merengue e a cúmbia. Ao se disseminar pela região
Nordeste do país, ela impulsionou o surgimento da lambada, que se difundiria
por todo o Planeta.
Nas apresentações do carimbó os homens vestem blusas lisas ou mesmo estampadas, acompanhadas de calças sem estampas; eles não esquecem do lenço adornando o pescoço, do chapéu de arumã, e os pés ficam nus. As mulheres, por sua vez, trajam blusas que liberam os ombros e a barriga, para que fiquem visíveis, usam inúmeros colares e pulseiras confeccionadas com sementes que florescem na região paraense, sobre saias amplas ou franzidas, repletas de cores e estampas. Arranjos florais são dispostos sobre as cabeças, e elas igualmente dispensam sapatos.
A coreografia principia com os casais posicionados
em filas, e então o homem acerca-se de sua companheira batendo palmas, sinal
para que ela se considere convidada para dançar. Elas cedem e dão início a um
volteio circular, constituindo simultaneamente um amplo círculo, movendo as
saias, com a intenção de arrojá-las sobre a cabeça de seu parceiro.
A dança segue com uma das bailarinas lançando ao
solo um lenço; seu companheiro, dobrado para frente e com os braços jogados
para trás, simulando asas, abrem as pernas e se esforçam para apanhar o
acessório com a boca, sem sair do ritmo. Enquanto isso a moça apanha a saia com
as mãos, agita-a, como se ela fosse um peru, e todos cantam um trecho da música
referente a este gesto: O Peru está na roda chô Peru. Tudo corre como se
obedecesse, portanto, a um ritual pré-estabelecido, já memorizado por todos.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carimbó
http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancacarimbo.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carimbó
http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancacarimbo.htm
http://www.infoescola.com/danca/carimbo/
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