Era uma vez
uma ovelha chamada Maria. Onde as outras ovelhas iam, Maria ia também. As
ovelhas iam para baixo, Maria ia também. As ovelhas iam para cima, Maria ia
também.
Um dia, todas
as ovelhas foram para o Pólo Sul. Maria foi também. E atchim! Maria ia sempre
com as outras.
Depois todas
as ovelhas foram para o deserto. Maria foi também.
- Ai que lugar
quente! As ovelhas tiveram insolação. Maria teve insolação também. Uf! Uf! Puf!
Maria ia
sempre com as outras.
Um dia, todas
as ovelhas resolveram comer salada de jiló.
Maria
detestava jiló. Mas, como todas as ovelhas comiam jiló, Maria comia também. Que
horror!
Foi quando de
repente, Maria pensou: “Se eu não gosto de jiló, por que é que eu tenho que
comer salada de jiló?”
Maria pensou,
suspirou, mas continuou fazendo o que as outras faziam.
Até que as
ovelhas resolveram pular do alto do Corcovado pra dentro da lagoa. Todas as
ovelhas pularam.
Pulava uma
ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra, quebrava o pé e chorava: mé! Pulava
outra ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra e chorava: mé!
E assim quarenta duas ovelhas
pularam, quebraram o pé, chorando mé, mé, mé! Chegou a vez de Maria pular. Ela
deu uma requebrada, entrou num restaurante comeu, uma feijoada.
Agora, mé,
Maria vai para onde caminha seu pé.
Sylvia Orthof
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