Escola Municipal Dr. Wilson Romano Calil

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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Carimbó

Carimbó é uma sonoridade de procedência indígena, aos poucos mesclada à cultura africana, com a assimilação das percussões dos negros; e a elementos de Portugal, como o estalar dos dedos e as palmas, que intervêm em alguns momentos da coreografia. Originalmente, em tupi, esta expressão significa tambor, ou seja, curimbó, como inicialmente era conhecido este ritmo. Gradualmente o termo foi evoluindo para carimbó.
Esta dança teve sua origem no território de Belém, mais precisamente na área do Salgado, composta por Marapanim, Curuçá e Algodoal; e também se disseminou pela Ilha de Marajó, onde era cultivada pelos pescadores. Acredita-se que o Carimbó navegou pela baía de Guajará, pelas mãos dos marajoaras, desembarcando nas areias do Pará, justamente nas praias do Salgado. Não se sabe exatamente em que ponto desta região ele tomou forma e se consolidou, embora Marapanim clame pela paternidade desta coreografia, editando anualmente o famoso Festival de Carimbó de Marapanim.
De qualquer forma, esta cadência evoluiu para um formato mais moderno, inspirando decisivamente o nascimento da lambada e do zouk. Tradicionalmente este estilo musical era executado em tambores. Os tocadores golpeavam este instrumento, manufaturado com troncos de árvores, utilizando as mãos no lugar de pequenas varas. Eles eram secundados por reco-reco, viola, ganzá, banjo, maracás e flauta. Juntos, eles conferiam ao carimbó uma musicalidade original e voluptuosa.
Nas décadas de 60 e 70 guitarras elétricas foram acrescentadas aos tradicionais instrumentos, e a dança passou a receber forte inspiração de ritmos como o merengue e a cúmbia. Ao se disseminar pela região Nordeste do país, ela impulsionou o surgimento da lambada, que se difundiria por todo o Planeta.

Nas apresentações do carimbó os homens vestem blusas lisas ou mesmo estampadas, acompanhadas de calças sem estampas; eles não esquecem do lenço adornando o pescoço, do chapéu de arumã, e os pés ficam nus. As mulheres, por sua vez, trajam blusas que liberam os ombros e a barriga, para que fiquem visíveis, usam inúmeros colares e pulseiras confeccionadas com sementes que florescem na região paraense, sobre saias amplas ou franzidas, repletas de cores e estampas. Arranjos florais são dispostos sobre as cabeças, e elas igualmente dispensam sapatos.
A coreografia principia com os casais posicionados em filas, e então o homem acerca-se de sua companheira batendo palmas, sinal para que ela se considere convidada para dançar. Elas cedem e dão início a um volteio circular, constituindo simultaneamente um amplo círculo, movendo as saias, com a intenção de arrojá-las sobre a cabeça de seu parceiro.
A dança segue com uma das bailarinas lançando ao solo um lenço; seu companheiro, dobrado para frente e com os braços jogados para trás, simulando asas, abrem as pernas e se esforçam para apanhar o acessório com a boca, sem sair do ritmo. Enquanto isso a moça apanha a saia com as mãos, agita-a, como se ela fosse um peru, e todos cantam um trecho da música referente a este gesto: O Peru está na roda chô Peru. Tudo corre como se obedecesse, portanto, a um ritual pré-estabelecido, já memorizado por todos.


Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carimbó
http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancacarimbo.htm
  

http://www.infoescola.com/danca/carimbo/

terça-feira, 26 de julho de 2016

Congada




Origem desta festa folclórica, significado, instrumentos utilizados, o que é, resumo, folguedo, características, encenação

Congada: festa-cortejo de origem afro-brasileira

O que é (significado e origem)

A congada é uma importante festa popular do folclore brasileiro, que apresenta elementos religiosos e culturais africanos (principalmente do Congo e Angola) misturados com portugueses (cristãos). Costumam acontecer em forma de procissão ou desfile. Tem sua origem no Brasil Colonial, durante a segunda metade do século XVII.

A congada é marcada por danças, cantos e músicas. Possui um forte componente religioso católico, sendo que o santo São Benedito é considerado o padroeiro desta festa. Nossa Senhora do Rosário também é homenageada em muitas congadas, principalmente em algumas cidades do interior de Minas Gerais.

A congada é realizada em regiões do interior de vários estados brasileiros, sendo mais forte em Minas Gerais, Paraíba, São Paulo, Pernambuco e Paraná.

A encenação da congada

A principal referência histórica encenada nas congadas é a coroação dos antigos reis africanos do Congo.

Em algumas congadas, a encenação é marcada também por uma representação de guerra entre os mouros (muçulmanos) e os cristãos. É, na verdade, uma referência à época das Cruzadas. No final da encenação, a vitória é conquistada pelos cristãos.

Durante a encenação ocorrem muitos cantos e danças. A música tem o acompanhamento de uma orquestra formada por violões, violas, reco-recos, atabaques, sanfonas e cavaquinhos.

Os participantes costumam usar roupas brancas com grandes fitas coloridas. Homens e mulheres de todas as idades costumam participar da congada. A presença de afrodescendentes é grande nas congadas, em função de seu forte componente cultural africano.

De acordo com a tradição, na frente do cortejo, alguns participantes (geralmente mulheres) levam bandeiras ou estandartes com imagens de santos católicos.

Quase sempre, a congada termina na frente de uma igreja católica.


http://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/congada.htm

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Origem da Festa Junina



Existem duas explicações para a origem do termo "festa junina". A primeira explica que surgiu em função das festividades, principalmente religiosas, que ocorriam, e ainda ocorrem, durante o mês de junho. Estas festas eram, e ainda são, em homenagem a três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Outra versão diz que o nome desta festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem apenas a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.

De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial(época em que o Brasil foi colonizado e governado porPortugal).

Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. DaFrança veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio daChina, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.  

Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.  

Festas Juninas no Nordeste 

Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.

Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas. 

Comidas típicas 

Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural de milho verde, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos. 

Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bom-bocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais. 

Principais tradições 

As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.

No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.

Já na região Sudeste é tradicional a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.

Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
Antes de destacar essas tradições das festas juninas na região Nordeste do Brasil, vamos entender um pouco da origem desses festejos. São duas explicações para o termo festa junina. A primeira é atribuída às festas que ocorrem no mês de junho, a outra é que esta festa se origina em países católicos da Europa e, por causa das homenagens a São João, eram chamadas de festas joaninas.
Essas festas foram trazidas para o nosso país pelos portugueses, ainda no período colonial. Na época, havia uma influência muito grande de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França, por exemplo, veio a dança dos nobres que acabou influenciando muito as típicas quadrilhas junina.
Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.
Todos esses elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais das diversas regiões do Brasil, tomando características particulares em cada uma delas, especialmente no Nordeste.
Embora as festas juninas sejam comemoradas em todas as regiões do país, é no nordeste que elas se destacam ganhando expressividade. No mês de junho os cristãos católicos aproveitam para comemorar e homenagear a três santos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Além das comemorações, o nordestino, de modo particular os sertanejos, aproveitam para agradecer a todos eles pela chuva que cai nesse período, amenizando o sofrimento do homem do campo.
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento.  Pamonha, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos. Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim,  mugunzá, cocada, pé de moleque, vinho, batata doce e muito mais.
Desde as comemorações de Santo Antônio, no centro de todos os acontecimentos juninos, está a fogueira, que é um símbolo,  uma tradição mantida até os dias atuais, quando as famílias, nas portas das casas, se reúnem para comemorar, consumindo as comidas típicas, ao som das sanfonas, zabumba e triângulo. Na festa de São João e São Pedro tudo isso se repete.
Uma tradição mantida que empolga os nordestinos são os concursos de quadrilhas realizados em quase todas as cidades nordestinas. Elas apresentam muitas danças, como xote, xaxado e baião. Os trajes chamam atenção – os homens se vestem com camisas quadriculadas, calças remendadas com pano colorido e usam chapéu de palha ou de couro para parecer um matuto, um tabaréu como são chamados na região. Já as mulheres, a saia rodada com várias camadas e babados. O fato é que, com as festas juninas,o nordeste ganha cores, ritmo e sabores. Alegria contagiante!


Festas Juninas e o incremento da cultura afro-brasileira

Por: Nicolau Neto
Postagem: 07:00 04/06/2016
O que para os europeus é a transição da primavera para o verão e a época de maior fertilidade, no Brasil representa a chegada do inverno, o que não impediu que pessoas de todos os estados adaptassem a tradicional festa junina para o país.
Desde os povos primitivos, os homens se acostumaram a se reunir em torno de uma fogueira para dançarem e agradecerem aos deuses pelas colheitas do mês junho, tradição que, com o passar do tempo, se tornou uma celebração a Santo Antônio, São João e São Pedro.
O que para os europeus é a transição da primavera para o verão e a época de maior fertilidade, no Brasil representa a chegada do inverno, o que não impediu que pessoas de todos os estados adaptassem a tradicional festa junina para o país. No Brasil, ao contrário do vinho, os dançarinos aproveitam o quentão e os caldos para afastar o frio.
“Essa festa não é nem cristã. Essa ação de você fazer em junho uma homenagem aos santos não começou assim. Na Grécia e em Roma já se prestavam essas homenagens, mas é ainda mais antigo”, reforça o folclorista e ex-presidente da Associação de Folclore de Minas Gerais, Carlos Felipe Horta. Mas foi com o Cristianismo e a incorporação de diversos elementos da cultura popular que os arraiais se fortaleceram, tendo no Brasil um estilo único graças às crenças e costumes das diferentes regiões, além da influência afro-brasileira.  
                  
Se engana quem pensa que não há explicação para os hábitos e brincadeiras da festa junina. A tradicional encenação do casamento, na qual ao longo dos tempos o delegado, o pai da noiva, a amante abandonada e outros personagens comuns em muitas histórias brasileiras foram adicionados, criando uma cerimônia tragicômica, tem origem nos primeiros anos do Brasil Colônia, quando não havia padres para as celebrações. Na época, como explica Carlos Horta, as uniões eram feitas em frente às fogueiras e as chamas simbolizavam a aprovação dos santos. Dessa forma, também surgiam os laços entre compadres e comadres.

A festa também é uma homenagem à população do campo e às cidades do interior do país. Mesmo nas capitais, pessoas de diversas idades se vestem com roupas características da zona rural, além de relembrar a figura do caipira. Apesar de a festa junina permitir uma mistura de ritmos, como o sertanejo e o forró, a quadrilha é considerada por muitos uma tradição. A dança – que teve início na Grã Bretanha, foi adaptada pelos franceses, importada por Portugal, que por sua vez trouxe o ritmo ao Brasil – era originalmente destinada aos grandes salões, mas ganhou outra sonoridade em solo brasileiro. “A quadrilha se incorporou à festa no Brasil porque ela ‘chegou e pegou”, explica o especialista.

O folclorista Carlos Felipe Horta explica que a festa é tão importante para na zona rural que influencia até mesmo a política das pequenas cidades e povoados. “Em junho e julho, deputado e senador que não aparecer na festa de São João não ganha voto”, conta.
Nos dias de festa, além de dançar, as crianças também aproveitam para brincar de pescaria, passa-anel, jogos com argolas, cadeia, correio elegante, sorteio de prendas e outros. As brincadeiras são semelhantes àquelas das quermesses e outras feiras religiosas e fazem parte do lúdico brasileiro.
Os brasileiros não escondem a crença em superstições, que fazem parte do imaginário popular nos 365 dias do ano, mas é na festa junina que algumas se fortalecem. Nesta época, Santo Antônio é o preferido dos fiéis para fazer preces e promessas, principalmente quando o assunto são casamentos. As solteiras que desejam se casar costumam rezar para o santo, só que se a oração não for atendida, decidem ser mais severas. “Você pede, se não consegue, apela”, explica Horta. Um dos artifícios para “convencê-lo”, é colocar a imagem no poço e, em último caso, tirar a imagem de Jesus que é carregada por Santo Antônio. “Aí ele te ajuda de qualquer maneira”, reforça o folclorista.
Outra crendice é pegar um prato com água e derramar uma clara de ovo sobre ele. Caso a imagem que se forme seja semelhante a uma estrela, é preciso se alegrar porque isto é um sinal de fortuna e amor a caminho. Mas se a figura for parecida com uma cruz, o perigo é iminente, alerta Carlos Horta.
Por meio das influências afro-brasileiras, em especial do Candomblé, a festa junina brasileira passou a ter novas manifestações no país. Um exemplo é a relação estabelecida entre os santos e os orixás. “As imagens de São Pedro e São João são ‘sincretizadas’ com a de Xangô”, afirma o especialista em folclore brasileiro. Santo Antônio é representado por Ogun. Seguindo esta vertente, outras superstições foram adicionadas à festa. É o caso da tradição de se dançar com uma tigela cheia de brasas na cabeça, comum para alguns descendentes de africanos.
A festa junina do Quilombo Mato do Tição, citada por Horta, é um exemplo do encontro entre a cultura africana e a crença em São João. Membros da comunidade localizada na cidade de Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, festejam a principal atração da festa, momento em que as brasas da fogueira são colocadas no chão e os fiéis caminham sobre elas para demonstrar a fé no santo.
Quitutes
Aqueles que estão acostumados a frequentar festas juninas sabem que existem algumas comidas consideradas tradicionais da festa. A atração principal dos arraiais brasileiros é o milho. A partir do cereal, grande parte dos quitutes típicos de São João é feita, como a canjica, a canjiquinha, o curau, o cuzcuz, a pamonha, a pipoca, o milho cozido e o suco de milho verde. O amendoim e o coco também aparecem como ingredientes de muitas receitas, é o caso dos doces pé de moleque, cajuzinho, bom-bocado, cocada e quebra-queixo.
Da mesma maneira que as festividades na Europa são “regadas” a vinho, a bebida também é apreciada no Brasil, mas por aqui se bebe o vinho quente e o quentão – receita que mistura gengibre e cachaça. Como a comemoração aos santos geralmente é feita a noite, os caldos e o churrasquinho são boas pedidas para se esquentar no inverno.